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Entre os dias 28 e 30 de março de 2021, a imprensa brasileira noticiou um caso que provocou grande comoção: câmeras de segurança de uma pousada flagraram o momento em que um boi caiu dentro da piscina do estabelecimento, localizado no município de Bombinhas, no litoral do estado de Santa Catarina (Figura 1). O animal fugia de perseguidores que protagonizavam uma “Farra do Boi”, prática que envolve a perseguição e a agressão de bovinos (Vasconcellos, 2021). Apesar de proibida desde 1997 por meio de um Recurso Extraordinário (153.531-8/SC; RT 753/101) julgado pelo Supremo Tribunal Federal e criminalizada desde 1998 pela Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), a Farra do Boi ainda acontece em diversas regiões do país e tem em Santa Catarina um dos seus epicentros.
Whether through nature or culture, food reveals its multiple layers to human beings, and the senses of their bodies, tied to their memories, either induce or stop salivation for a new bite. The images and verbal calls are part of food consumption dynamics and provide different communicational mechanisms linked to social, economic, and political issues.
Food culture is exposed to a field with a “complex process of semiosis” (Parasecoli Savoring Semiotics” 646), and supermarkets are great stages to study this stronghold. These companies buzz around food and develop strategies likely to move many wallets and stimulate appetites. They trigger a movement that resonates intensely in the cultural field. Thus, it is worth analyzing these sites to understand the critical period of the pandemic caused by COVID-19 and its impact on food culture.
A convivência entre animais humanos e não humanos é marcada por incontáveis intercessões. Alguns relacionamentos são feitos de ódio ou medo, como aqueles que envolvem as chamadas pragas. Outros, de indiferença em relação à vida, à morte e ao sofrimento, quando se trata, por exemplo, do relacionamento com os animais que servem de alimento. Há, ainda, os que são feitos de amor, nos quais os animais são chamados de estimação, companhia ou pets. Entre essa miríade de relações, existe também a de proteção, que mistura diversos sentimentos, entre eles a afeição e a indignação social, que podem levar, em alguns casos, à mobilização e ao ativismo. Pertencer a determinadas espécies inluencia o tipo de relação que se estabelece entre humanos e animais nãohumanos; contudo, indivíduos de uma mesma espécie podem ter relações de diferentes tipos, como, por exemplo, um gato pode ser considerado de estimação ou um caso de zoonose (Baptistella e Abonizio, 2015b).
O presente artigo busca refletir sobre a questão dos animais não humanos silvestres enquanto trabalhadores no turismo de observação de vida livre a partir de etnografia multiespécies realizada no âmbito do Pantanal Norte-MT.
Partindo de um contexto de revisão das relações entre espécies na sociedade contemporânea, discutimos a premissa de liberdade dos animais não humanos nas atividades turísticas e seus efeitos na construção de um imaginário de convivência harmônica entre animais humanos e não humanos, avançando pelo debate sobre as práticas nas quais o trabalho animal é legitimado e suas implicações entre os atores do turismo. Os dados foram analisados à luz de um referencial teórico interdisciplinar que marca os estudos animais. Os resultados apontam que o turismo oferece uma rede de proteção aos animais não humanos que é condicionada à expressão de comportamentos de submissão e as vulnerabilidades que tal trabalho proporciona são, geralmente, relativizadas.
O presente artigo tem como objetivo analisar a condição da ariranha (Pteronura brasiliensis) como espécie carismática no turismo do Pantanal Norte-MT a partir da sua representação midiática e da percepção de turistas sobre a espécie. A partir da metodologia de Análise de Conteúdo e de abordagem teórica interdisciplinar, analisamos a representação desses animais em documentários televisivos sobre o Pantanal. Tais evidências foram articuladas com dados obtidos em uma pesquisa de campo, na qual foram utilizadas técnicas etnográficas baseadas no referencial teórico da etnografia multiespécies. Concluímos que as ariranhas são representadas de forma positiva na mídia, mas que ainda se encontram em fragilidade quando se trata de sua participação em atividades turísticas, especialmente diante da possibilidade de conflitos com humanos.
O presente artigo discute a inserção dos animais não humanos na esfera ética da mídia a partir de resultados produzidos pelo projeto de Pesquisa “Estudos Animais e Mídia”, desenvolvido no Curso de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat. Por meio de uma abordagem interdisciplinar e da metodologia de estudo de caso, analisamos a representação dos gatos na cobertura jornalística de um surto de toxoplasmose na cidade de Cuiabá (MT). Como resultados verificamos que o bem estar de animais humanos e não humanos está associado e propomos que o impacto das notícias sobre as condições de vida dos animais passe a ser considerado na produção de textos jornalísticos.